Preguem-me os pés ao chão.
Para eu não ir até ti. Não te procurar.
Não te tocar. Não te sentir.
Talvez fique mais fácil.
Viajar só em pensamento.
E se eu não aguentar,
Pedirei o dom do alienamento.
Para sentir o ar... e respirar.
Tapem-me a boca.
Viciem-me em ausência de palavras.
Ou ensinem-me o dom do silêncio. Oportuno.
Talvez fique mais fácil.
Guardar tudo em mim.
E se eu não aguentar,
Pedirei o dom do conhecimento.
Para procurar espaço... onde encaixar a vida.
Mas esquecer-te, não sou capaz.
Nem apagar o que ficou para trás.
Se a única forma de te ter em mim
Acaba agora por ser assim…
Nem apagar o que ficou para trás.
Se a única forma de te ter em mim
Acaba agora por ser assim…
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5 comentários:
Também eu um dia quis que do chão brotassem raízes fortes que nem correntes que conseguissem segurar a vontade que de mim sai a todo o vapor, a vontade de o rever nem que seja apenas por breves segundos, a vontade que tenho de perceber porque um dia eu era bela e no outro já nada era.
Sim, um dia quis…
Mas já não quero mais, sou movida por curiosidade e irei, irei revê-lo, irei buscar palavras que há muito se calam.
Irei à luta.
Lutarei por ele, por nós, mas principalmente por mim.
Luta, tu também!
beijocas
Há ausências que nos preenchem por dentro, não é?...
Beijos
Para ti, só tenho uma palavra a dizer depois do que li...
Brilhante.
Aliás, todos os teus textos o são!
Beijo terno
Olá!
Há silêncios assim.
Beijinho para ti
PS: Não se esquece. Nem se consegue apagar de nós.
Combater a memória é uma luta cruel...
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