A cada dia que passa
Mais um nó no emaranhado.
E por cada nó que se solta
Um outro fica apertado.
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Há no meu cérebro uma assoalhada
Onde guardo tudo o que é confusão.
Pode estar mais ou menos arrumada,
Ser secreta ou partilhada,
No fim não passa de ilusão,
Paredes de auto-demolição.
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Porque há matérias que não se contêm.
Não se controla como vão ou vêm.
Voláteis, fortes, indisciplinadas…
Essências puras que se diluem em pequenos nadas.
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Há qualquer coisa nos genes femininos
Indissociável do verbo complicar.
A eterna procura de explicações,
Origens, significados, razões…
Como se fosse possível...
Controlar sentimentos, instintos, desassossegos...
E a tumultuosa invasão dos medos.
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Pic.by Lara Swift