
Senti-me paralisada pelos Buracos Negros que encontro entre nós e que por vezes interpretei como vazios. Que afinal não são. São qualquer coisa que temos dificuldade em definir, interpretar, descrever… e que nos absorve na sua essência.
O que se passa no seu interior não consegue ver-se do exterior.
Inesperadamente, em duas frases fizeste-me chegar lá. Fizeste-me também chegar a ti. E talvez até, a mim. Perceber que provavelmente eu também não sou assim tão transparente, tão facilmente legível, como pensava ser.
Se há perguntas que não sabemos que queremos fazer, também há respostas que não temos como ter.
Hoje tive a resposta que eu não sabia que queria.
E sinto-me menos vazia.
Talvez me tenha habituado a escrever-te mais profundamente nas entrelinhas que nas palavras pronunciadas. E falar de amor não substitui dizer-te: eu AMO-TE.
Nem sei se sei porque é que é tão difícil dizê-lo. Ou dizer tantas outras coisas…
Há um Buraco Negro que nos absorve, aos dois, na sua densidade que tende para o infinito, sem lugar físico onde nos encontrarmos, sem tempo contado em minutos, dias ou anos. Mas talvez acabe por ser onde nós mais nos encontramos e tocamos.
E aceitar isso não resulta num apagar da falta que eu sinto da tua presença nos meus dias de 24 horas. Não apaga a falta do teu toque, da tua pele, do teu olhar, da oralidade das palavras, da troca de experiências.
Não te apaga a TI de mim.
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