Amo-te. Amo o teu corpo tanto quanto o desejo. Amo o teu todo que eu conheço, que não és tu todo, como o que tu conheces de mim não sou eu inteira. Amo o que conheço e o que adivinho de ti. Amo-te nesta dimensão, que é meio ilusão, meio realidade.
hoje sinto-me assim
.
" Sempre chegamos ao sítio aonde nos esperam. " *
.
*O livro dos Itinerários, José Saramago em “A Viagem do Elefante”
Pic.by hollyjools
Sufoco nos meus limites.
Perco-me de certezas, de planos, de mim…
E nem palavras tenho para te dizer
Que não consigo viver assim…
Pic.by Elena Getzieh
nós
em quatro estações
Hoje sinto o Outono. As árvores ainda não se despem das folhas amarelas mas nas nossas vidas os dias já caem a pique. Pressente-se a mudança. Tudo na vida é movimento.
Lembro-me dos dias de Inverno… de quando embrulhados em memórias, das que aquecem a alma, largámos palavras de saudade… Soltando-as no vazio, como quem grita de um penhasco só para ouvir o eco dos segredos não antes proferidos.
Inalámos sedução durante toda a Primavera, como se no ar circulassem promessas de coisas novas por acontecer… Redescobrimo-nos. Reinventámo-nos.
E no Verão já éramos outros. Ainda assim, nem mesmo o mais perfeito dia de sol conseguia impressionar tanto como as escassas horas que passámos juntos. Sem promessas. Sem despedidas. Só a vontade de ficar...
Pic.by jeffmcneill
Lembro-me dos dias de Inverno… de quando embrulhados em memórias, das que aquecem a alma, largámos palavras de saudade… Soltando-as no vazio, como quem grita de um penhasco só para ouvir o eco dos segredos não antes proferidos.
Inalámos sedução durante toda a Primavera, como se no ar circulassem promessas de coisas novas por acontecer… Redescobrimo-nos. Reinventámo-nos.
E no Verão já éramos outros. Ainda assim, nem mesmo o mais perfeito dia de sol conseguia impressionar tanto como as escassas horas que passámos juntos. Sem promessas. Sem despedidas. Só a vontade de ficar...
Pic.by jeffmcneill
em suspenso
.
Sinto-me em suspenso
por não conseguirmos encontrar-nos em absoluto.
E ao não querer perder-me de ti
prendo-me à utopia
de que noutra fase da vida
nos poderemos vir a descobrir sobreviventes.
Uma contagem
que se inventa decrescente, e que no fim
acabará por colocar em cima de cada novo dia
um expoente crescente...
por não conseguirmos encontrar-nos em absoluto.
E ao não querer perder-me de ti
prendo-me à utopia
de que noutra fase da vida
nos poderemos vir a descobrir sobreviventes.
Uma contagem
que se inventa decrescente, e que no fim
acabará por colocar em cima de cada novo dia
um expoente crescente...
Pic.by beyrout
palavras
.
faltam-me palavras
capazes de exprimir
a falta que me fazes
falta-me a tua pele
a temperatura da tua boca
as expressões do teu corpo
a química da tua presença
a temperatura da tua boca
as expressões do teu corpo
a química da tua presença
faltam-me palavras
capazes de exprimir
a falta que me fazes
fora do tempo
.
Não é pacífico mas consegue-se viver o lado morno da vida. Nos dias mais frios remexem-se as incertezas, nos mais quentes sublinham-se-lhe os contornos… Deseja-se uma coragem que não se tem, uma honestidade que não se consegue. Corpo e alma atormentados, aprisionados em vidas que não somos capazes de rasgar.
Quebrarmo-nos, e escolhermos uma parte de nós, não é tão fácil como poderia ser se a vida nos confrontasse num outro tempo. O tempo certo. Quando tudo é claro e inofensivo em vez de ser uma batalha.
Sente-se na pele a felicidade que vivemos como sendo relativa. Pequena quando comparada com a que ansiamos verdadeiramente viver. E nós? nós descobrimo-nos muito mais vulneráveis do que acreditávamos ser.
Pic.by bjorke
Quebrarmo-nos, e escolhermos uma parte de nós, não é tão fácil como poderia ser se a vida nos confrontasse num outro tempo. O tempo certo. Quando tudo é claro e inofensivo em vez de ser uma batalha.
Sente-se na pele a felicidade que vivemos como sendo relativa. Pequena quando comparada com a que ansiamos verdadeiramente viver. E nós? nós descobrimo-nos muito mais vulneráveis do que acreditávamos ser.
Pic.by bjorke
ponto alto
.
É. Ponto alto.
Absoluta sintonia.
Incomensurável paixão.
Absoluta falta.
(e agora, sair daqui?...)
Pic.by beyrout
and so it is
Sem teoremas a que me agarrar, num quadro escuro, como breu, escrevo a branco, cru, as equações do MOMENTO. As nossas vidas, com somas, subtracções, divisões, multiplicações… Mais de uma incógnita… E resultados finais. Para mim o resultado é não ter de escolher entre a variável x e a y, porque uma delas é anulada por uma súbita multiplicação. Para ti essa multiplicação redefine a tua VIDA INTEIRA… levando-te a ganhar mais do que consigas imaginar.
E eu fico feliz por ti. De verdade. Não julgues que minimizo a falta que te faço. Sei que se pudesses ter tudo, ao mesmo tempo, te sentirias mais FELIZ. Mas essa não é uma possibilidade.
E eu fico feliz por ti. De verdade. Não julgues que minimizo a falta que te faço. Sei que se pudesses ter tudo, ao mesmo tempo, te sentirias mais FELIZ. Mas essa não é uma possibilidade.
.
Não faz mal ter de se virar a página, há tanta coisa à espera de ser escrita.
Hoje apercebo-me de que o meu subconsciente tem truques para me manter próxima de ti. Um deles é a forma como me abstraio do que se passa na tua vida, tão longe da minha… Vivo-te quase como se fosses personagem da minha imaginação. Sem vida real.
Mas ontem, numa noite de insónia, tentei adivinhar-lhe os contornos, as coisas simples do quotidiano, as rotinas, as surpresas. E já nem consigo imaginar-me lá, como ANTES conseguia. Imaginava que era eu quem te interrompia o banho. Era em mim que descobrias uma novidade. Eu a saber qual o teu prato e bebida favoritos, tu comigo numa esplanada da cidade onde nos conhecemos. Jantares de amigos, conversas de trabalho, horas mortas, outras a correr… Antes conseguia imaginar-me aí. AGORA não.
Mas imagino-te feliz, numa vida que mal toca a minha.
Talvez num dia, longínquo, surjam novas equações... porque no fundo, enquanto nos sentirmos um no outro existirá sempre um símbolo de INFINITO na chaveta dos trilhos da vida.
Hoje apercebo-me de que o meu subconsciente tem truques para me manter próxima de ti. Um deles é a forma como me abstraio do que se passa na tua vida, tão longe da minha… Vivo-te quase como se fosses personagem da minha imaginação. Sem vida real.
Mas ontem, numa noite de insónia, tentei adivinhar-lhe os contornos, as coisas simples do quotidiano, as rotinas, as surpresas. E já nem consigo imaginar-me lá, como ANTES conseguia. Imaginava que era eu quem te interrompia o banho. Era em mim que descobrias uma novidade. Eu a saber qual o teu prato e bebida favoritos, tu comigo numa esplanada da cidade onde nos conhecemos. Jantares de amigos, conversas de trabalho, horas mortas, outras a correr… Antes conseguia imaginar-me aí. AGORA não.
Mas imagino-te feliz, numa vida que mal toca a minha.
Talvez num dia, longínquo, surjam novas equações... porque no fundo, enquanto nos sentirmos um no outro existirá sempre um símbolo de INFINITO na chaveta dos trilhos da vida.
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"And so it is
…
The shorter story
No love, no glory
No hero in her sky"*
* Damien Rice » The Blowers Daughter - No fantástico filme sobre o insondável mundo das relações humanas: CLOSER
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Pi.by hollyjools
frame by frame
Sob o teu olhar, sob o toque das tuas mãos, sinto-me diferente, e cresço novamente. Esqueço-me de quando fico paralisada, de quando me perco de tanto pensar… Fazes-me adormecer os meus conflitos de personalidade, e as tempestades a que dou lugar.
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Desaparece tudo, na tua presença.
Absorvem-se os minutos como se fossem horas, o dia, como se fosse a vida.
Absorvem-se os minutos como se fossem horas, o dia, como se fosse a vida.
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E eu decoro o teu corpo, devagar… frame by frame … O teu beijo na linha do meu pescoço, a minha pele colada ao teu dorso...
Pic.by Mymosa
hoje
Hoje queria um dia de Inverno, de um ano
não existente no calendário.
E eu, encostada ao calor do teu corpo,
E eu, encostada ao calor do teu corpo,
sentindo o mundo ao contrário.
Caminhos
Ficámos parados. Por vezes quase parece que ainda tocamos as mãos um do outro para ter a certeza que nenhum avançou.
Difícil quando não se sabe o caminho que se quer fazer.
Apenas se conhece o que não se quer percorrer.
Não quero perder-te.
Apenas se conhece o que não se quer percorrer.
Não quero perder-te.
Instintos
Diz-me,
Também me vês aí,
Nesse oceano interminável?
Eu vejo-te
Na minha rua,
Uma miragem quase palpável.
Este desejo,
Tóxico,
Parece não me deixar respirar…
Tanto me afaga a alma
Como me tira o ar.
Para quê
Procurar-te,
Se não vou ter-te de verdade?
Porque é
Que eu insisto em colar-te
Numa teia de saudade?
Queria tanto responder-te
‘Vem ter comigo’.
‘Quero perder-me em ti
E fazer de ti meu abrigo…’
Sei que entre quatro paredes
Só existimos nós dois.
Mas eu não quero viver
O que vem depois.
Por isso me quedo,
Tentando calar
Todos os instintos
Que em mim têm lugar.
Pic.by InsaneRedGirlxD
VAZIO
Viver com segredos é viver uma mentira?
ou uma meia-verdade?...
E se procurar a verdade for saltar um abismo? Lá ao fundo o vazio… e nós incapazes de querer voltar a experimentá-lo.
E se procurar a verdade for saltar um abismo? Lá ao fundo o vazio… e nós incapazes de querer voltar a experimentá-lo.
.
Co-habitam,
.
uma antiga paixão [vivida com amor].
Encontrou ecos que a fizeram despertar, de novo. Subiu à superfície da pele e da alma, redescobrindo no desejo uma saudade infinita. Provavelmente será correspondida, mas de que serve? se é neste momento inatingível?
Encontrou ecos que a fizeram despertar, de novo. Subiu à superfície da pele e da alma, redescobrindo no desejo uma saudade infinita. Provavelmente será correspondida, mas de que serve? se é neste momento inatingível?
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e um amor [carente de paixão].
Generoso e cúmplice na troca de afectos e de sonhos. Uma união de vidas. Provavelmente correspondido com mais certezas que as que tenho em mim.
Generoso e cúmplice na troca de afectos e de sonhos. Uma união de vidas. Provavelmente correspondido com mais certezas que as que tenho em mim.
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Atropelam-se.
Atropelam-se.
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Viver um Amor sem paixão sabe sempre a pouco quando já se viveu uma Paixão com amor. Viver sem nenhum amor sabe ainda mais a vazio quando já se experimentou ser amado.
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E eu já não sei o que procurar no Amor.
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Amar-te desta maneira é baralhar todas as cartas na mesa. É viver sem nenhuma certeza.
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Pic.by GizMade
TEMPO
Os dias correm pesados, como se demorassem mais a passar. E há uma urgência em que o tempo passe para sentir tudo a acalmar.
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Ainda te tenho tão presente… tão intensamente presente. Devia guardar ao fundo de mim a tua memória. Mas trago-te sempre à flor da pele. Saboreio cada momento que tivemos juntos, de novo. E tudo o que descobri, em ti. Saboreio o amor que senti passar de um para o outro, e que noutros tempos havia sentido viver sozinha.
Um destes dias li numa crónica* sobre O Amor e o Tempo estas palavras: «O problema do amor é o tempo. O tempo é, aliás, o problema de todos os sentimentos e actos da vida, o inescapável fantasma. O amor é a única possibilidade de transcendência temporal que nos é dada - não porque dure toda a vida mas por ser "infinito" enquanto dura, como escreveu Vinicius de Moraes. (…) "Tu és a minha casa, contigo eu sou livre" - diz o amante a Lady Chatterley, no belíssimo filme de Pascale Ferran, inspirado no clássico de D. H. Lawrence. O sexo levou este par de amantes à paixão, a paixão conduziu-os ao amor, a uma visão mais lúcida e radical da existência, e ao êxtase espiritual da liberdade partilhada. Por isso o filme acaba com um sim: "Chamar-me-ás se te sentires infeliz sem mim, mesmo que daqui a muito tempo?" Sim, diz ele. Falta-nos hoje essa capacidade de nos entregarmos primeiro, sem medo, e de cobrir de flores o corpo amado, como se não houvesse outro corpo nem outra terra no mundo - e de então escolher a eternidade infinita desse momento como destino imóvel, para lá das mil circunstâncias e corpos da vida, num simples e imortal sim.»
Acho que nos faltava isso. E de certa forma agora o temos.
Past is history, future is a mystery, and present is a gift… E assim é. Este presente deixa de ser para nós, juntos. Porque as circunstâncias e os corpos da vida reclamam que nos afastemos. E sem vontade nos afastamos. E por ser sem vontade custa tanto. E por custar tanto queria que o tempo passasse mais depressa.
Um destes dias li numa crónica* sobre O Amor e o Tempo estas palavras: «O problema do amor é o tempo. O tempo é, aliás, o problema de todos os sentimentos e actos da vida, o inescapável fantasma. O amor é a única possibilidade de transcendência temporal que nos é dada - não porque dure toda a vida mas por ser "infinito" enquanto dura, como escreveu Vinicius de Moraes. (…) "Tu és a minha casa, contigo eu sou livre" - diz o amante a Lady Chatterley, no belíssimo filme de Pascale Ferran, inspirado no clássico de D. H. Lawrence. O sexo levou este par de amantes à paixão, a paixão conduziu-os ao amor, a uma visão mais lúcida e radical da existência, e ao êxtase espiritual da liberdade partilhada. Por isso o filme acaba com um sim: "Chamar-me-ás se te sentires infeliz sem mim, mesmo que daqui a muito tempo?" Sim, diz ele. Falta-nos hoje essa capacidade de nos entregarmos primeiro, sem medo, e de cobrir de flores o corpo amado, como se não houvesse outro corpo nem outra terra no mundo - e de então escolher a eternidade infinita desse momento como destino imóvel, para lá das mil circunstâncias e corpos da vida, num simples e imortal sim.»
Acho que nos faltava isso. E de certa forma agora o temos.
Past is history, future is a mystery, and present is a gift… E assim é. Este presente deixa de ser para nós, juntos. Porque as circunstâncias e os corpos da vida reclamam que nos afastemos. E sem vontade nos afastamos. E por ser sem vontade custa tanto. E por custar tanto queria que o tempo passasse mais depressa.
Ainda penso em tudo o que não tivemos oportunidade de viver juntos… abre-se uma janela de sonho, imaginando que hipoteticamente no futuro ainda nos possamos (re)descobrir. Mas o futuro é mistério e o presente faz-se de ausências. Ausência da tua presença, das tuas palavras, do teu corpo, do teu cheiro, teu beijo, do teu toque, da concretização do desejo que nos consome… Quero-te tanto que não o consigo calar. Nem mesmo para te ajudar a fazer de conta que eu não existo.
Mas o tempo há-de passar.
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* O amor e o tempo por Inês Pedrosa
SILÊNCIO
Preguem-me os pés ao chão.
Para eu não ir até ti. Não te procurar.
Não te tocar. Não te sentir.
Talvez fique mais fácil.
Viajar só em pensamento.
E se eu não aguentar,
Pedirei o dom do alienamento.
Para sentir o ar... e respirar.
Tapem-me a boca.
Viciem-me em ausência de palavras.
Ou ensinem-me o dom do silêncio. Oportuno.
Talvez fique mais fácil.
Guardar tudo em mim.
E se eu não aguentar,
Pedirei o dom do conhecimento.
Para procurar espaço... onde encaixar a vida.
Mas esquecer-te, não sou capaz.
Nem apagar o que ficou para trás.
Se a única forma de te ter em mim
Acaba agora por ser assim…
Nem apagar o que ficou para trás.
Se a única forma de te ter em mim
Acaba agora por ser assim…
.
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.
Todos os outros sons cessaram…
.“Even if its eyes lay open wide, there is a heart that sleeps inside. And it's to there you must be hastening. For all hearts dream, they dream only of awakening.”
Quero adormecê-lo,
Sabendo que um dia voltará a sonhar… acordar.
Pi.by Lara Swift
Citando: The Million Dollar Hotel.
Encontros Perfeitos… Contigo.
e agora?
na imperfeição da tua ausência,
sabendo não mais te ter…
sabendo não mais te ter…
o que é que eu faço
para acalmar o meu sentir?
Pic.by hbynoe
Pensamento
“mesmo sendo fugas através do pensamento sinto-me bem contigo…”Não peço que o mundo mude
Peço que acalme
A minha inquietude.
Não para te esquecer.
Nunca para apagar memórias.
Quero guardar
Esse livro de histórias…
Guardar todos os beijos
Que consigo lembrar,
E as expressões
Que largaste no ar.
As coreografias
Que nos juntaram
E os gestos
Que nos incendiaram.
A linha da tua boca.
A minha pele sob os teus dedos.
O teu sorriso transparente.
E todos os nossos segredos…
Pic.by Desaparecida
Um lugar ao fundo
Somente HOJE consegui sentir estar EM TI como tu em mim.
E pensar que foi preciso chegar AQUI para isso acontecer.
Pensar em tudo o que não chegámos a ter…
Tempo, para nos amarmos. Espaço, para nos encontrarmos. Confiança, para nos entregarmos. Coragem, para mudar as nossas vidas.
Perdemo-nos. Outra vez.
Não há chave que faça o tempo parar.
Como tu disseste, há bem pouco tempo, “desperdiçamos momentos, e sentimentos…”
Sem ter noção de tudo o que se perde, assim, tocando-nos os dedos.
Desencontros, inseguranças, indecisões… já não importa o que esteve no nosso caminho. A vida decidiu por nós. Imprevisivelmente.
Despedimo-nos. Outra vez.
Sem mágoas. Com amor. Com paixão.
Com segredos no coração.
Queria encostar os meus lábios ao teu ouvido e finalmente murmurar “eu amo-te”.
Quero que saibas,
Há um lugar ao fundo
de mim
Que é teu. E através dele SEMPRE me poderás tocar.
.
.
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Pic.by F3R/n@nd0 (FJTU)
pele molhada
Chove,
Sobre a pele molhada.
E a água que cai
Não a sinto gelada.
És uma chuva de verão.
Que cai nos terraços do meu coração.
Que fazer se contigo
Eu me sinto Tua?…
A minha alma
Entrega-se nua…
E as contradições
Da minha sensibilidade.
Em nada me ajudam
De volta à realidade.
Por isso me sinto
Completamente perdida,
Tentando entender
Os sentidos da vida.
Sobre a pele molhada.
E a água que cai
Não a sinto gelada.
És uma chuva de verão.
Que cai nos terraços do meu coração.
Que fazer se contigo
Eu me sinto Tua?…
A minha alma
Entrega-se nua…
E as contradições
Da minha sensibilidade.
Em nada me ajudam
De volta à realidade.
Por isso me sinto
Completamente perdida,
Tentando entender
Os sentidos da vida.
Pic.by moonbeamballerina
INFINITO
Senti-me paralisada pelos Buracos Negros que encontro entre nós e que por vezes interpretei como vazios. Que afinal não são. São qualquer coisa que temos dificuldade em definir, interpretar, descrever… e que nos absorve na sua essência.
O que se passa no seu interior não consegue ver-se do exterior.
Inesperadamente, em duas frases fizeste-me chegar lá. Fizeste-me também chegar a ti. E talvez até, a mim. Perceber que provavelmente eu também não sou assim tão transparente, tão facilmente legível, como pensava ser.
Se há perguntas que não sabemos que queremos fazer, também há respostas que não temos como ter.
Hoje tive a resposta que eu não sabia que queria.
E sinto-me menos vazia.
Talvez me tenha habituado a escrever-te mais profundamente nas entrelinhas que nas palavras pronunciadas. E falar de amor não substitui dizer-te: eu AMO-TE.
Nem sei se sei porque é que é tão difícil dizê-lo. Ou dizer tantas outras coisas…
Há um Buraco Negro que nos absorve, aos dois, na sua densidade que tende para o infinito, sem lugar físico onde nos encontrarmos, sem tempo contado em minutos, dias ou anos. Mas talvez acabe por ser onde nós mais nos encontramos e tocamos.
E aceitar isso não resulta num apagar da falta que eu sinto da tua presença nos meus dias de 24 horas. Não apaga a falta do teu toque, da tua pele, do teu olhar, da oralidade das palavras, da troca de experiências.
Não te apaga a TI de mim.
O que se passa no seu interior não consegue ver-se do exterior.
Inesperadamente, em duas frases fizeste-me chegar lá. Fizeste-me também chegar a ti. E talvez até, a mim. Perceber que provavelmente eu também não sou assim tão transparente, tão facilmente legível, como pensava ser.
Se há perguntas que não sabemos que queremos fazer, também há respostas que não temos como ter.
Hoje tive a resposta que eu não sabia que queria.
E sinto-me menos vazia.
Talvez me tenha habituado a escrever-te mais profundamente nas entrelinhas que nas palavras pronunciadas. E falar de amor não substitui dizer-te: eu AMO-TE.
Nem sei se sei porque é que é tão difícil dizê-lo. Ou dizer tantas outras coisas…
Há um Buraco Negro que nos absorve, aos dois, na sua densidade que tende para o infinito, sem lugar físico onde nos encontrarmos, sem tempo contado em minutos, dias ou anos. Mas talvez acabe por ser onde nós mais nos encontramos e tocamos.
E aceitar isso não resulta num apagar da falta que eu sinto da tua presença nos meus dias de 24 horas. Não apaga a falta do teu toque, da tua pele, do teu olhar, da oralidade das palavras, da troca de experiências.
Não te apaga a TI de mim.
.
.
Pic.by Satanicqueen
O Nosso Paradoxo.
E finalmente quatro paredes.
Uma porta fechada
Que nos empurra, um contra o outro:
“Vá, aqui se têm”.
Uma porta fechada
Que nos empurra, um contra o outro:
“Vá, aqui se têm”.
E a força de um hímen.
A inimaginável química dos corpos.
Surpreendentemente nada mudou.
Sabes, houve um dia que foi diferente.
No escuro de uma sala de projecção
Li expressões que não conhecia.
Olhares desprotegidos,
Palavras certas, silêncios oportunos…
E vim embora de coração cheio
E mente turva.
Ontem não.
Ontem foi um absoluto regresso ao passado.
O nosso paradoxo.
Corpos em êxtase, cúmplices e íntimos…
E almas que não se tocam.
Talvez seja melhor assim.
Nunca te deixares ser tocado por mim.
.
.
Pic.by Lara Swift
Desencontros
“- Tenho a sensação de te conhecer de algum lado.
(…)
- Não, não me parece que já nos tenhamos cruzado antes.”
Sempre vivemos vidas desencontradas e ausentes de uma coincidente disponibilidade.
Um dia disseste-me que se eu vivesse as mesmas circunstâncias de indisponibilidade que tu, nos entenderíamos melhor. E eu fiquei perplexa.
Mas neste momento, vivendo essas exactas circunstâncias, não tenho dúvidas de que esta nova perspectiva me faz olhar para nós de forma diferente.
Só que eu preferia a outra.
Porque hoje, dividida e retalhada… não me reconheço mais na minha pele. Hoje talvez apenas eu TE entenda melhor, só isso.
Mas preferia a certeza que antes me saía das entranhas, gritando que uma paixão assim tão forte é uma dádiva da vida, que resolveu premiar-me com uma intensidade de sentimentos, de sensações… que alguns sequer adivinham que exista fora das páginas dos livros e das telas do cinema… uma dádiva irrecusável…
da mesma vida que depois resolve trazer-me um novo amor, pleno de afectos e de disponibilidade, mesmo sem ter garantido que TU serias apenas passado. Resolvido. Terminado.
Devia ser proibido.
É que esta abstracta condescendência com que cada um de nós olha para a relação que o outro tem, na vida real… é na verdade demasiado fria, surreal…
Preferia olhar para ti como antes, com a certeza absoluta de que te queria na minha vida INTEIRO, e só para mim. Só tu para mim…
Pic.by Fayde2Memory
(…)
- Não, não me parece que já nos tenhamos cruzado antes.”
Sempre vivemos vidas desencontradas e ausentes de uma coincidente disponibilidade.
Um dia disseste-me que se eu vivesse as mesmas circunstâncias de indisponibilidade que tu, nos entenderíamos melhor. E eu fiquei perplexa.
Mas neste momento, vivendo essas exactas circunstâncias, não tenho dúvidas de que esta nova perspectiva me faz olhar para nós de forma diferente.
Só que eu preferia a outra.
Porque hoje, dividida e retalhada… não me reconheço mais na minha pele. Hoje talvez apenas eu TE entenda melhor, só isso.
Mas preferia a certeza que antes me saía das entranhas, gritando que uma paixão assim tão forte é uma dádiva da vida, que resolveu premiar-me com uma intensidade de sentimentos, de sensações… que alguns sequer adivinham que exista fora das páginas dos livros e das telas do cinema… uma dádiva irrecusável…
da mesma vida que depois resolve trazer-me um novo amor, pleno de afectos e de disponibilidade, mesmo sem ter garantido que TU serias apenas passado. Resolvido. Terminado.
Devia ser proibido.
É que esta abstracta condescendência com que cada um de nós olha para a relação que o outro tem, na vida real… é na verdade demasiado fria, surreal…
Preferia olhar para ti como antes, com a certeza absoluta de que te queria na minha vida INTEIRO, e só para mim. Só tu para mim…
Pic.by Fayde2Memory
ILUSÃO
A cada dia que passa
Mais um nó no emaranhado.
E por cada nó que se solta
Um outro fica apertado.
.
Há no meu cérebro uma assoalhada
Onde guardo tudo o que é confusão.
Pode estar mais ou menos arrumada,
Ser secreta ou partilhada,
No fim não passa de ilusão,
Paredes de auto-demolição.
.
Porque há matérias que não se contêm.
Não se controla como vão ou vêm.
Voláteis, fortes, indisciplinadas…
Essências puras que se diluem em pequenos nadas.
.
Há qualquer coisa nos genes femininos
Indissociável do verbo complicar.
A eterna procura de explicações,
Origens, significados, razões…
Como se fosse possível...
Controlar sentimentos, instintos, desassossegos...
E a tumultuosa invasão dos medos.
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Pic.by Lara Swift
Sentidos
Queria substituir o almoço por ti. Saborear as tuas palavras e beber os teus beijos.
Queria substituir a tarde de trabalho por uma tarde de paixão, contigo. Trocar as teclas do computador pelo teu corpo, pela tua pele…
Queria substituir a tarde de trabalho por uma tarde de paixão, contigo. Trocar as teclas do computador pelo teu corpo, pela tua pele…
Há dias em que queria ter a coragem e o tempo necessários para viver contigo uma vida paralela. Intensa, como sempre é a forma como nos tocamos, nos vários sentidos. Mas iria saber a pouco. Faltaria sempre tanta coisa.
Fazes-me questionar os sentidos da vida.
Pic.by khizana
Atracção
Há entre nós uma atracção magnética. Auto-suficiente. Pensei que sem partilha de espaços e de tempo, sem gestos físicos, sem troca de palavras… Ela fosse desaparecer. Transformar-se-ia em longínqua memória de uma aventura escaldante. E um dia quando nos cruzássemos cairia um sorriso cúmplice e tranquilo, ausente de saudade física.
.
Mas surpreendentemente sinto que décadas podem passar, vazias de tudo o que alimenta a paixão, e ainda assim, a tua presença jamais me será indiferente. O pronunciar do teu nome jamais estará descolado da memória de uma intimidade vibrante. Os dois beijos de um cumprimento serão sempre disfarce da vontade de te beijar com a alma. E o olhar que eu largar sobre ti será devorador de contornos, rastilho do desejo, acelerador de batimentos cardíacos.
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Por isso, se nos cruzarmos um dia, na mais casual das circunstâncias, saberás que nos gestos e nas palavras nunca estará a essência. Há uma atracção magnética, auto-suficiente, que pode parecer distante mas estará sempre presente.
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Pic.by kika06
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Pic.by kika06
PARAÍSO
Preciso da tua presença. Física. Do teu beijo, que tem segredo. Invisível cobertura afrodisíaca. Quero agarrar-te contra mim para te sentir real. De novo.
Invades-me o pensamento com cores de fruto proibido e eu descubro que o paraíso não é um lugar, físico, é antes uma fracção de tempo. Tempo que eu quero, de ti.
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Pic.By don-paolo
PERDER
Vendi a alma quando entrei.
Perdi o meu corpo num jogo de cartas.
Rendi-me à saudade,
Deixei-me vencer pelo desejo.
O que é que há mesmo para ganhar?
Perdi o meu corpo num jogo de cartas.
Rendi-me à saudade,
Deixei-me vencer pelo desejo.
O que é que há mesmo para ganhar?
Pic.by She-Who-Laughs-Last
Inspiro e não quero expirar.
Claustrofobia. Como se precisasse de te respirar.
Inspiro e não quero expirar.
Sinto e não quero pensar.
Esta saudade é uma obsessão que se cola aos dias.
Turva pensamentos, lança tempestades nos meus olhos.
Desenha miragens sobre vontades corrompidas.
Pic.by Ylla-K
Num Minuto
A euforia
De me sentir desejada.
Procurar tudo
E ao mesmo tempo nada.
Notas sensuais,
Como especiarias,
Travo agridoce e picante
A temperar os dias.
O prazer que eu tenho,
Sem sequer te tocar.
E tudo o que vislumbramos
Num simples olhar.
Sentimentos soltos,
Sentimentos soltos,
Misteriosos,
Em loucos percursos
Em loucos percursos
Sinuosos.
Misturas aleatórias
Misturas aleatórias
Que a vida faz,
Com estranhas trajectórias
Com estranhas trajectórias
Por de trás.
.
Num minuto
Sinto-me dona de um tesouro.
O corpo inteiro pintado a ouro.
Minuto seguinte
E sou dona de nada.
Apenas um peão, exausto na estrada.
Sinto-me dona de um tesouro.
O corpo inteiro pintado a ouro.
Minuto seguinte
E sou dona de nada.
Apenas um peão, exausto na estrada.
Pic.by Floriandra
OXIGÉNIO
Não consigo fugir de ti. No tempo que me demoro num simples pestanejar, vou espreitar-te e volto… Minutos que duram mais que 60 segundos. Não são tempo, são massagens cardíacas, sacos de soro, bolsas de oxigénio …
Momentos
Naquele momento
Em que os nossos olhares
Pararam um no outro,
Sem desvios,
Nem óculos escuros,
Encontrei claridade,
Transparência.
Naquela sala,
Vazia de vestígios
Das nossas vidas
Exteriores,
Anteriores,
Encontrei expressões tuas
Que ainda não conhecia.
Reencontrei magnetismos.
Energias transcendentes.
Apaixonar-me-ia por ti,
Se não estivesse já
Por ti apaixonada.
Entregar-me-ia a ti,
Se já não te pertencesse.
Sonharia contigo,
Se já não habitasses
Os meus sonhos,
As minhas fantasias.
As noites.
Os dias.
Em que os nossos olhares
Pararam um no outro,
Sem desvios,
Nem óculos escuros,
Encontrei claridade,
Transparência.
Naquela sala,
Vazia de vestígios
Das nossas vidas
Exteriores,
Anteriores,
Encontrei expressões tuas
Que ainda não conhecia.
Reencontrei magnetismos.
Energias transcendentes.
Apaixonar-me-ia por ti,
Se não estivesse já
Por ti apaixonada.
Entregar-me-ia a ti,
Se já não te pertencesse.
Sonharia contigo,
Se já não habitasses
Os meus sonhos,
As minhas fantasias.
As noites.
Os dias.
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The Big Picture
Já não aponto armas a esta paixão. Não a ataco com dúvidas nem me defendo com muros. Percebi que as paixões entram sempre assim nas nossas vidas, sem pedir concordância ou opinião. Lutam para encontrar espaço, seduzem para o conquistar. E quanto mais fortes são mais tempo demoram a desistir de nós.
Queria escrever coisas bonitas sobre ti, sobre o tempo que eu desejava que tivéssemos um para o outro. Sobre todas as coisas que eu gostava de fazer contigo. Mas para escrever sobre isso com beleza teria de deixar no silêncio a angústia que me invade quando penso que isso nunca vai acontecer. Para escrever palavras sublimes que elogiassem o que sentimos um pelo outro, teria de deixar no silêncio a tristeza que cai sobre mim quando penso que a paixão que nos envolve ao mesmo tempo nos trai… Trai outros sentimentos que alimentamos nas nossas vidas. Trai outras vidas que trouxemos para as nossas.
Fecho os olhos em busca de poemas tão intensos quanto os sentimentos que guardo em mim. Fotografias perfeitas que me façam sorrir. Notas musicais que me façam dançar. Mas o que teima aparecer é apenas uma imagem: as minhas mãos sobre peças de puzzle que eu não sei onde encaixar. Um puzzle tão gigante que mais se parece com um labirinto.
Queria escrever coisas bonitas sobre ti, sobre o tempo que eu desejava que tivéssemos um para o outro. Sobre todas as coisas que eu gostava de fazer contigo. Mas para escrever sobre isso com beleza teria de deixar no silêncio a angústia que me invade quando penso que isso nunca vai acontecer. Para escrever palavras sublimes que elogiassem o que sentimos um pelo outro, teria de deixar no silêncio a tristeza que cai sobre mim quando penso que a paixão que nos envolve ao mesmo tempo nos trai… Trai outros sentimentos que alimentamos nas nossas vidas. Trai outras vidas que trouxemos para as nossas.
Fecho os olhos em busca de poemas tão intensos quanto os sentimentos que guardo em mim. Fotografias perfeitas que me façam sorrir. Notas musicais que me façam dançar. Mas o que teima aparecer é apenas uma imagem: as minhas mãos sobre peças de puzzle que eu não sei onde encaixar. Um puzzle tão gigante que mais se parece com um labirinto.
Ainda havemos de nos encontrar, no meio destas peças todas, para juntarmos algumas a quatro mãos. Peças que encaixam na perfeição. “Zoom in” e faz todo o sentido. “Zoom out” e perdemo-nos outra vez.
Pic.By ohhhhbethie
Love Story
“But love won't obey our expectations. Its mystery is pure and absolute. What Robert and I had, could not continue if we were together. What Richard and I shared would vanish if we were apart. But how I wanted to share this. How would our lives have changed if I had? Could anyone else have seen the beauty of it?”
Francesca
"We could have flashed by one another like two pieces of cosmic dust.
(…)
But I am , after all, a man. And all the philosophic rationalizations I can conjure up do not keep me from wanting you, every day, every moment, the merciless wail of time, of time I can never spend with you, deep within my head.
I love you, profoundly and completely. And I always will.”
Robert
The Bridges os Madison County
Pic.by Lara Swift
Interrogações
Não acreditei que pudesse ser escolhida,
Ou não acreditei que tivesse encontrado
O que procurava?
Alguma vez escolhemos pessoas?
Não escolhemos vidas?
Ou não acreditei que tivesse encontrado
O que procurava?
Alguma vez escolhemos pessoas?
Não escolhemos vidas?
Desconhecemo-nos a nós próprios,
Desconhecemos o outro,
Sob a justificação de que o tempo transforma
O que de melhor encontrámos
Nos nossos instintos.
E o tempo dos encontros passa.
Dá lugar a desencontros
Maiores ainda que os que existiam.
E tudo o que parecia tão efémero, etéreo,
Mostra-se mais real, mais concreto.
Será que cada um de nós se conhece agora melhor?
Onde está a ilusão maior?
Nas vidas que sonhamos
Ou nas vidas que vivemos?
O meu corpo procura-te e encontra-se. A minha alma é tocada e perde-se.
Quando chegas, um olhar de saudade como que fotografa o teu corpo e pára no teu rosto, querendo decorá-lo. Decorar todas as expressões para mais tarde desenhar de olhos fechados.
Se alguma vez a utopia de parar o tempo faz sentido, este é o momento. O momento em que te encontro.
Quero todos os sentidos activos. Todos os sentimentos com espaço para se manifestarem. Quero tocar-te sem pensar. Sentir-te sem pensar. Quero espaço para sentir! Só isso. É tanto.
Mas fazer o tempo parar ali, só para nós dois, é uma experiência maior que nós próprios. É outra escala. Uma escala à qual não estamos habituados.
Quando assim estou, as nossas peles tangentes, até inevitavelmente se tocarem… faz tanto sentido. O meu corpo procura-te e encontra-se. A minha alma é tocada e perde-se.
Sem querer saber onde estou, procuro apenas sentir-te. Sentir-nos. Porque nós dois juntos somos diferentes de nós dois separados. Nós dois juntos somos uma mistura química que produz um êxtase incomparável.
Quero mais espaço de memória, para guardar cada beijo, cada toque, cada olhar, cada sensação, cada pulsação dos minutos em que estou contigo.
Depois a palavra impossível chega e turva-me o olhar. Não é palavra de hoje, é de há anos, desde sempre. E eu não percebo como. Como é que essa palavra vem tão cá de dentro se é também dentro de mim que eu te encontro. Se dentro de mim há o teu lugar.
Amo-te. Posso fugir de muita coisa, mas disso não consigo fugir. Posso agarrar tudo o que tivemos, e tudo o que temos, colocar numa caixa secreta e guardar. Mas está lá. Latente. Como uma tempestade contida que a qualquer momento se pode soltar. O meu medo é que nos escombros do dia seguinte não sobrasse nada depois da tempestade. Nem nós dois.
Pic.by Christine Lebrasseur
10cm
A 10cm de distância,
180 pulsações por minuto,
5 segundos de resistência,
100% de entrega,
Prazer elevado ao infinito…
Depois a contagem decrescente.
O regresso aos nossos mundos,
O tormento da consciência,
O ardor da saudade,
O peso do desejo.
E a Máscara,
Cada vez mais pesada.
Os dias,
Cada vez mais confusos.
As escolhas,
Cada vez mais difíceis.
Areias movediças.
Distâncias incontornáveis.
E eu cada vez mais perdida de mim.
Pic.by DysturbedLlamA
BEIJO
Beijo leve
Quase roubado
Envergonhado
Mistura de cheiros
Aromas de saudade
Bocas húmidas
Línguas
Mãos
Pele
A tua presença
Imagino a saudade
Percorrendo o meu corpo
Sob a forma das tuas mãos,
Que me agarram depois do beijo,
Animadas pelo desejo
E pelo sabor da paixão.
Há dias que chegam fáceis,
Como se me ignorassem ao passar,
Outros caem-me em cima como uma manta
Que me aconchega e me põe a sonhar.
Pic.by Christine Lebrasseur
DE VOLTA...
Estou doente,
E desacreditei na cura.
Tentei anestesia, repouso,
Fui de férias.
Encontrei outros mundos,
Universos igualmente profundos.
Mas nada do que vi e senti
Apagou as marcas em mim
De ti.
Posso procurar na tua pele
Um analgésico extraordinário,
Alucinogénico, extasiante, excitante...
Em ti encontrarei tudo,
Desde que não peça paz.
Para o que eu sinto
Não existe ainda analgésico 100% eficaz.
Se me quiseres, agora,
Serei como uma última dose de droga,
Invadindo o organismo
Sem encontrar resistência.
Prazer, euforia, energia,
Que vicia.
Sem consciência.
A derradeira experiência.
Uma outra tentativa de qualquer coisa,
E nenhum de nós fica curado,
Não há assunto encerrado.
As nossas perguntas e respostas,
São envelopes fechados,
Escritos para nunca abrir,
Apenas sentir…
E desacreditei na cura.
Tentei anestesia, repouso,
Fui de férias.
Encontrei outros mundos,
Universos igualmente profundos.
Mas nada do que vi e senti
Apagou as marcas em mim
De ti.
Posso procurar na tua pele
Um analgésico extraordinário,
Alucinogénico, extasiante, excitante...
Em ti encontrarei tudo,
Desde que não peça paz.
Para o que eu sinto
Não existe ainda analgésico 100% eficaz.
Se me quiseres, agora,
Serei como uma última dose de droga,
Invadindo o organismo
Sem encontrar resistência.
Prazer, euforia, energia,
Que vicia.
Sem consciência.
A derradeira experiência.
Uma outra tentativa de qualquer coisa,
E nenhum de nós fica curado,
Não há assunto encerrado.
As nossas perguntas e respostas,
São envelopes fechados,
Escritos para nunca abrir,
Apenas sentir…
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